Esse é um aparelhinho bem ambíguo.
Nos permite falar com pessoas que amamos, que não podemos ver todos os dias, que estão longe. Podemos resolver coisas que antes levariam muito mais tempo, podemos pedir quase tudo por telefone hoje em dia. Até vídeo eu já aluguei pelo telefone, e deu super certo.
Mas ao mesmo tempo, passamos horas, dias se formos somar, sofrendo em frente ao telefone. Foi pelo telefone que eu já tive as piores brigas da minha vida. Na frente do telefone a gente senta e fica, esperando que ele toque, ou então criando coragem de ligar. A mais inocente das ligaçõe pode render uns bons 20 minutos pondo e tirando o telefone do gancho.
E quando ele toca, você se certifica que vai tudo bem com o coração, afinal você sobreviveu. E aí vem a parte engraçada do telefone: o engano. Lógico que quando você está esperando que alguém entre em contato, até Deus liga por engano.
E como o homem gosta de sofrer, criamos o celeular. Agora você não saí de casa e deixa a apreensão em casa. Você leva ela no bolso e torce pra que ele toque. Ele toca. E nao funciona, não dá sinal, pula a ligação e a pessoa do lado de lá desiste.
E quem pensa que eu escrevo tudo isso pensando só em relacionamentos está enganado. Um amigo que combina de sair e nao liga, sua mãe que disse que vai ligar quando chegar, e nao liga. E emprego? Você pode morar na frente do telefone esperando que aquele cara, daquele trabalho te ligue e diga "preciso de voce".
E ainda assim, eu não consigo imaginar como viveríamos num mundo sem o telefone, sem o celular, a secretária eletronica. Um mundo sem a bina já não seria o mesmo. Agora nós temos o poder de atender quem queremos e melhor ainda, atender as pessoas com a voz certa! Alguém aí já havia pensado nisso? A voz certa. Nada de voz de sono com o chefe, de boba com o pretendente, de quem tá fazendo merda com a mãe.
Não consigo definir se minha relação com o telefone é de amor ou ódio, mas sei que assim como os homens, já não consigo mais viver sem ele.
segunda-feira, dezembro 06, 2004
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