Pensando alto

Ainda somos os mesmos? Vivemos mesmo como nossos pais?
Nesses ultimos tempos venho percebendo que eu, assim como diversos daqueles que me cercam, tem como objetivo principal na vida libertarem-se das rédias que os pais colocam, mesmo que sutilmente. Não estou falando de casos problemáticos, onde filhos e pais parecem não falar a mesma lingua. Trato aqui do mais comum dos casos, onde nós queremos apenas a certeza de que os erros deles nós nao cometeremos. Mas vem Elis e diz que vivemos como nossos pais, por mais que lutemos, que sejamos revolucionários. Está tudo nos nossos genes, não temos escapatória.
Será?
Percebo em mim traços dos meus pais, lógicamente. Mas com muitos deles eu luto, não os quero. Não quero envelhecer e perceber que não cometi os meus próprios erros e sim "re-cometi" os deles. Se for pra errar, que seja inédito, se for pra sofrer que seja rápido e novo, se for pra ser feliz... aí tudo bem.
E se tudo isso for verdade, então o mundo não evolui. Apenas muda a maquiagem e o cabelo, de acordo com a moda. E se pararmos pra pensar, atualmente até nos vestimos como nossos pais.
Mas porque tudo isso?, você deve estar se perguntando. Por nada. Talvez um ultimo grito sufocado da adolescente que vive dentro de mim, cada vez com menos espaço, pois a mulher adulta e neurótica ocupa espaço demais com suas bagunças e seus desejos. Uma adolescente em eterna crise, mas que não se cansa de tentar. E que grita "não quero ser como meus pais!!!!" mesmo sabendo que certas coisas podem ser irremediáveis.
E você? Corre contra o tempo e acaba vivendo como eles?