terça-feira, abril 18, 2006

Cheiro da alma

Hoje eu não vou te beijar.
Hoje eu quero te cheirar.
Cheirar seu pescoço de preferência,
cheirar sua nuca na sequência,
aspirando o pó da alma que escorre feito ouro.
Quero cheirar seu néctar, como uma abelha que sente o aroma de alma de flores.
Gastar todos os meus sentidos em um só sentido.
Tato, paladar, olhos e ouvidos, todos num só olfato.
Quase como um vampiro, mas sem meus caninos
usando apenas a ponta do nariz para roçar na sua pele.
E no lugar de sangue, tirar apenas o seu ar.
Como um cão treinado busco seu cheiro,
uso meu faro,
nessa cidade onde os cheiros já se misturam tanto.
Mas o seu é único, embaixo dos seus cabelos,
na curva do seu pescoço.
Seu cheiro me guia. E no seu corpo me acho.

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