Viver em uma cidade grande como São Paulo nos permite conviver com o mais incrível numero de pessoas diferentes e estranhas possível. Pessoas amáveis, simpáticas, engraçadas, falantes, emburradas, tristes.
Mas entre elas um tipo muito esperto se esconde, convive normalmente entre as pessoas mais normais até que, num momento oportuno mostra suas garras. O chato não tem hora para atacar, muito menos um motivo específico. Mas, se ele estiver por perto você poderá reconhecê-lo facilmente.
Na hora do rush, com dezenas de pessoas esperando o ônibus no ponto, que só passa de hora em hora, sempre tem um chato. Ele fica esperto, avista o coletivo antes da multidão e se posiciona exatamente onde a porta ser abrirá. É o primeiro a entrar e, como sua natureza não poderia ser diferente, não tem nem dinheiro, nem passe, nem bilhete único em mãos. Então abre o primeiro dos 20 ziperes que existem em sua bolsa moderna (esse tipo não tem sexo específico, mas suas bolsas ou mochilas sempre têm dezenas de zíperes) e começa a longa busca. A fila atrás desse ser cresce e as pessoas passam por todas as fases, da fúria ao conformismo, enquanto o chato procura placidamente por sua passagem enquanto o cobrador o olha fulminantemente.
O chato também aparece em diversas classes sociais e manifesta sua chatice física e psicologicamente.
Não existe coisa mais irritante que uma pessoa que cutuca a outra enquanto conversa. Em uma festa, você encontra a figura. Você com um copo cheio de qualquer liquido que mancha na mão, e ele super disposto a conversar. Na primeira empolgação durante a conversa ele sacode seu braço enquanto fala gritando na sua cara e a bebida espirra na sua blusa nova. Cada vez que ele encosta em você um pequeno aneurisma nervoso acontece em seu cérebro, e você tem certeza que com mais cinco minutos de conversa você terá uma parada cardíaca.
Nos escritórios encontramos facilmente aquele camarada engraçado, sociável, que conhece todas as pessoas de todos os departamentos. Ele gosta de fazer piadas. E gosta de fazer piadas com o defeito alheio. Ou seja, não importa como você é, se passar na frente do desagradável amigo, será alvo de alguma chacota sem graça seguida de um sorriso paspalhão. Ele tem certeza que é querido por todos, mas a verdade é que sua chatice crônica fode com o psicológico de altos, magros, gordos e baixos, de todas as idades, cores e crenças.
Chatos na nossa sociedade são inevitáveis, e como já dito, passam despercebido na maior parte do tempo. Mas fica a torcida: todos os pensamentos negativos enviados a eles poderiam se unir numa massa cósmica e cais sobre o chato, fazendo que ele fosse atingido (literalmente) pelo resultado de suas ações.
sexta-feira, outubro 27, 2006
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2 comentários:
Mas, teoricamente, todos os aborrecidos teriam que concentrar sua insatisfação em um único chato específico para essa técnica funcionar...Hummmmmm...Vocês todos podem me ajudar antes com algumas pessoas da Comissão?...Hahahahaha
Cadê a segunda parte do texto das comidas?...Hahahaha...Você já está me deixando afoito.
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