Eu não posso reclamar, não posso chorar, não posso ficar triste.
Quando fui me apaixonar por um marinheiro já devia saber que meu porto freqüentemente ficaria vazio e solitário.
Deveria ter desconfiado que toda a alegria de ver seu navio atracar na minha praia seria substituída de repente pela tristeza de vê-lo sumindo mar a dentro.
Não me permito pedir que fique, sei que sou sua segunda paixão. Já sabia disso quando fui entregar meu coração a ele.
Quem mandou me apaixonar por um homem que segue o vento, o som, o mar. Quem dera ser uma sereia, para poder segui-lo mesmo que de longe. Para poder vê-lo quando meu coração doesse de saudade.
Dor. Só eu posso saber que ela existe, não posso deixá-la me dominar por nenhum segundo. Eu, e eu somente, tenho que conviver com a ancora amarrada ao meu pé, vendo-o partir, acenando feliz e sorridente enquanto por dentro meu coração enferruja.
Eu sei que ele vai voltar, ele sempre volta. Com um sorriso nos lábios, feliz pelas suas resoluções, me chamando de meu amor e jurando que jamais sentiu tanta saudade. E minha alma, já desesperada de tanta solidão, de tantos meses olhado para o mar, criando esperanças ao avistar qualquer movimento diferente no horizonte, fica extasiada de alegria com essas palavras de estivador.
Ficamos juntos então, por todo o tempo que nos resta, até sua próxima partida.
sexta-feira, dezembro 15, 2006
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3 comentários:
Thanks pela gentileza em listar meu blog. E continue viajando. O mundo é grande.
Lindo!!! Carol, mais uma vez parabéns pelas belas palavras. Vc conseguiu tocar o coração de muitos marinheiros e marinheiras que estão a driva por aí. Eu inclusive! Um ótimo 2007 para vc. Com muito amor, paz no coração e muitas ondas no mar. beijos Má
Oi Carol.
Depois de assistir um filem que me deu até calor na barriga, não tive, como não postar esse texto no meu blog.
Se tiver um tempinho tente ver tanto o filme quanto o texto tá.
bjão
wesley
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