Um pensamento, um sentimento e chega.

É uma merda. Tudo isso que ficamos cozinhando dentro da gente, todo esse sentimento, esses serás, que sempre nos atormentam. É tudo uma grande merda.
Odiamos, queremos mais, pensamos em todos os desaforos que poderíamos ter dito para aquele alguém. E aí temos aquela onda de culpa, de não é bem assim, de poderia ter sido diferente. E é tudo uma merda. Brigamos por ideais falsos, que alguém sussurrou nos nossos ouvidos, choramos por que nossos egos estão sofrendo, sentimos vergonha porque sempre buscamos, e encontramos, um olhar que nos observa enquanto tentamos acertar alguma coisa na vida.
É uma merda. Mas é a verdade. Por mais que eu tente odiar e só achar motivos para levantar e sair andando, percebo, vez ou outra que a vida é mesmo só isso: pequenos momentos.
Sinto falta da minha inspiração para escrever mais e melhor, sinto falta de ter tempo para cuidar de mim. Talvez precise passar menos tempo sentindo, e mais tempo vivendo. Talvez eu devesse deixar essa merda toda pra trás. Eu preciso aprender a rir dessa merda toda. Porque no fim, é só isso mesmo. Precisamos aprender a rir das coisas novamente. Olho para minha foto no RG, enquando aguardo o momento de iniciar uma prova que pode me levar a um outro futuro. E ao olhar aquela menina de 13 anos me pergunto, o que é que ela queria mesmo?
Não consigo me lembrar.
Mas estou aqui, lutando, sofrendo, querendo mais, buscando tudo que está ao meu alcance para fazer aquela menina, aquela lá da foto, mais feliz. Quero voltar a ser leve como eu era. Leve na alma.
Busco fugir de toda esta merda que já pegou tanta gente. Quero ser diferente. Mas não quero me destacar na multidão. Apenas quero ser diferente dessa gente que só sente, sente, pensa e pensa. E não realiza. Eu quero realizar. Pode ser os sonhos da menina da foto, pode ser o riso no momento em que tudo o que houver for só essa baboseira toda. Quero realizar, meus sonhos, meus planos, meus desejos, meus mundos.
Talvez seja essa a receita: sentir menos, pensar menos, rir mais, realizar mais e deixar que a vida siga o sentido dela, sem ficar tentando antecipar cada passo para mostrar para a platéia invisível que me assiste o quanto eu sou esperta. E deixar, de uma vez por todas, toda essa merda pra trás.