Parada em São Paulo

Por mais bonita, agitada, in, descolada que São Paulo seja, eu preciso dizer: está cada vez mais dificil viver nessa cidade.
Tudo está lotado, parado, congestionado. Sair de casa e chegar em outro destino está virando quase uma trama de suspense e aventura. Se você está de carro, não sabe se os caminhos estarão liberados, se o seu carro não vai passar em um buraco e quebrar o eixo da roda ou se alguns trombadinhas não vão resolver roubar o seu relógio comprado no StandCenter.
Se você está de ônibus, que azar! É muito pior. Além de ter que contar com a possibilidade dos atrasos homéricos e do congestionamento geral, você ainda precisa conviver com pessoas que não sabem o valor de um banho bem tomado e que não conhecem a lei que diz que dois corpos não ocupam o mesmo espaço.
Mas, mesmo com todos esses perigos lá fora, você saí de casa destemido, com um único objetivo: chegar em uma importante reunião na hora. Nem antes, nem depois, só na hora.
E 40 minutos depois, quase tendo um infarto no ponto de ônibus, esperando o coletivo que nunca passa, você resolve reclamar com alguém. A única figura que representa a companhia é um fiscal que é a cara do Didi Mocó. Você reclama do atraso e ele diz "é, tá atrasado.". Louca da vida você diz "Pois é, e eu perdi minha reunião." E ele, com a cara de homem perdido do ano responde "Poxa moça, me desculpa. Mas a gente tem que esperar o ônibus chegar pra saber o que aconteceu..." Esperar? Não, chega de esperar né?
Derrotada, você volta pra casa, arruma uma desculpa, remarca a reunião e começa a pensar numa nova rota de fuga para tentar sair dessa insanidade que está virando São Paulo. E olha que eu nem cheguei a falar das obras na Avenida Paulista.