Quando eu tinha uns 11 ou 12 anos de idade, me apaixonei perdidamente por um cara muito mais velho. Eu estava na quinta série e ele, na sétima!
Foi a primeira paixão platônica da minha vida. Pra mim, ele era perfeito, mesmo tendo trocado no máximo umas 4 palavras com ele nesse período. E pra ajudar, minha melhor amiga era apaixonada pelo melhor amigo dele. Ou seja, eram o nosso assunto 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Eu absolutamente apaixonada, minha amiga sempre um pouco mais tímida, e eles, lógico, não dando a menor bola. Foi assim por algum tempo, alguns meses, não me lembro bem. Mas lembro que não podia ver aquele menino loirinho, de dentes brancos que até refletiam no sol, que eu perdia até o ar, o coração acelerava, eu não sabia o que fazer com as mãos, ficava com vontade de rir e de sair correndo, pulando de felicidade.
O tal por quem minha amiga perdia o fôlego era um pouco mais simpático e durante um tempo até houve a possibilidade de alguma coisa acontecer. Mas nada aconteceu e cada um tomou seu rumo.
Até que hoje, a caminho do trabalho, peguei um ônibus com o cara por quem eu era capaz de pagar os maiores micos. E para a minha surpresa, meu primeiro pensamento foi “ Nossa, como você ficou feio”, seguido de, “nossa, só o seu nariz cresceu”. Ouvi o barulho dos vidros do meu castelinho se quebrando. Preferia nunca mais ter encontrado com ele, para não perder o encanto.
Na época ele era o cara mais bonito do mundo, com toda a pureza que uma paixão platônica nessa idade pode ter. Hoje, ele me pareceu só mais um desses caras que fazem cara de mau achando que conquistam as mulheres, se vestem mal e não têm educação, e ainda por cima, que não têm o menor charme ou brilho.
É triste, mas acho que é assim que as grandes paixões terminam de verdade. Quando a gente finalmente enxerga a realidade, e ela definitivamente não é tão bonita assim.
quarta-feira, março 19, 2008
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