Eu estava de pé em uma sala quando ouvi o alarme.
Corri o mais rápido que pude e sentia o vento fazendo pressão no meu peito. Mas meus pés não chegavam a tocar o chão. Então cheguei a uma rua com muitos bares, pessoas nas calçadas, bancos de praças e flores.
Andei de um lado para o outro e resolvi seguir uma caminhonete que passava. Voltei a correr, na leveza veloz de um sonho em uma noite quente. Passei por alguém bonito, que fez meu coração doer. Mas foi tão rápido que resolvi esquecer. E esqueci também porque estava correndo atrás daquele carro estupidamente branco e esquisito.
Parei tão de repente que o cenário mudou. Senti que precisava sentar. Deitei e percebi que era um campo de margaridas. Margaridas amarelas, as minhas preferidas. Queria ficar naquela cama dourada e perfumada, acariciando aquelas pequenas flores pra sempre.
Fechei os olhos e pensei, como pode, se já estão fechados.
Então ouvi uma voz, muito baixinha. Virei a cabeça pro lado e vi uma formiga, muito da convencida. Perguntei porque ela estava gritando na minha orelha e ela disse, apoiando-se no caule de uma florzinha:
- Acorda menina! Acorda que a corrida de verdade está lá fora.
E aí eu sorri com jeitinho e pedi pra ficar só mais um pouco ali, na maciez da mente que não quer mais nada além de sonhar.
A formiga, toda dona de si, arrancou o tal do caule e bateu na minha cabeça com uma força tremenda enquanto gritava baixinho :
- Sai! Sai! Sua gigante preguiçosa, sai de cima do meu formigueiro.
Num pulo, abri os olhos e vi o sol brilhando pela janela. O despertador tocava. E minhas margaridas estavam um pouco mais murchas que ontem, no vaso.
quarta-feira, fevereiro 04, 2009
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