João Carlos era um homem normal. Acordava cedo, cumpria com suas obrigações de cidadão, trabalhava não fugia da rotina. Desde criança, porém, João Carlos era taxado por ser uma pessoa que amava pouco. Seus brinquedos em pouco tempo estava jogados de lado, seus amigos eram colacados para escanteio sem motivo aparente. Ele nunca teve grandes paixões, muito menos grandes amores.
Ele cresceu, tornou-se um adulto até que bem apessoado, muitas mulheres lhe davam atenção. Descobriu o sexo, mas nunca foi um grande apaixonado. Não entendia porque faziam tanto alarde em torno de um ato tão primitivo e animalesco. Mulheres na sua vida passavam como o vento num dia de outono. Não faziam a menor diferença.
Mas João Carlos, aos 40 anos, começou a sentir uma coisa estranha, um vazio no peito. A solidão e desapego já não eram mais o seu conforto.
De tanto incomodo que sentiu, J.C procurou seu médico, que após uma bateria de exames deu o diagnóstico:
- João, meu velho, como ninguém percebeu isso antes. Esse vazio no seu peito é porque você nasceu com apenas meio coração.
O médico explicou ainda que o vazio estava incomodando agora pois havia muito espaço sem ser preenchido dentro dele, por falta de emoção, de alegrias e tristesas. Não haveria meio de ajudá-lo, a não ser com um transplante de coração, mas não poderia garantir se isso seria seguro.
João Carlos saiu desolado, sentou no banco de uma praça e quis, pela primeira vez na vida, ter emoção suficiente para derramar uma lágrima. Nem notou que em certo momento uma moça sentou ao seu lado, chorando e rindo, com um papel na mão. Ao ouvir seus tristes barulhos, J.C. olhou para o lado e com a imagem que viu perguntou:
- Por que você esta chorando desse jeito???
- Acabo de sair do médico... estava com dores fortíssimas no peito... e ele disse.. ele disse... que eu amo demais! - chorou um pouco mais - disse até que eu chego a amar por dois.
Ele, sempre muito pratico fez as contas. Se ele amava por meia pessoa mas ela amava por dois, eles poderiam se amar com sobra. Sorriu, um sorriso nunca antes dado, ofereceu um lenço e convidou a moça para tomar um suco.
sexta-feira, novembro 11, 2005
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Um comentário:
Hey, gostei do conto, hein, Dona Carol...rs...Beijius, e poste mais e mais textos
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