Nesses tempos de concorrência extrema que estamos vivendo fico me perguntando qual será o caminho das pedras amarelas para conseguir ser alguém no mercado de trabalho.
Antigamente se a pessoa não fosse formada em uma faculdade ela estava taxada a ser, para o resto da vida, um profissional maginalizado, com um emprego meia boca, ou então dono do seu próprio negócio, que poderia ser um vendinha, uma lanchonete, uma loja da sapatos. De qualquer forma a formação academica era a menina dos olhos de qualquer pai bem intencionado.
Hoje em dia as coisas estão muito diferentes. Você precisa ter faculdade, curso de inglês, espanhol e uma terceira lingua a sua escolha, precisa ter cursos extras e de preferência já sair da faculdade com 3 anos de experiência e MBA na ponta da agulha. A pergunta é: quantas pessoas tem oportunidade de ter tudo isso? E mais, o que faz das pessoas que não tem esse currículo todo menos capazes que as outras?
O resultado dessa expectativa que o mercado está criando sobre os recém formados é um um número enorme de profissionais infelizes, pessoas perdidas tentando descifrar a equação "sem dinheiro eu nao estudo, sem estudo eu nao me emprego, sem emprego eunao tenho dinheiro." É um ciclo.
Muitas vezes, ao procurar empregos, percebo que não avaliam minha capacidade e sim o que eu já fiz, onde já trabalhei, quantas linguas eu falo. Sim, isso tudo é muito importante. Mas eu garanto que empresas já perderama ótimos profissionais ( e não digo só por mim) por uma mera condição social.
É frustrante você passar 17 anos da sua vida entre colégios particulares e mesalidades de faculdade, acreditando que esse é um investimento para o futuro e depois ouvir de empregadores que precisam de alguém com mais experência. Como? Se não me dão essa oportunidade nunca. A não ser que você se depare com um bondoso empresário, que do alto de sua cadeira de couro, atraz de sua mesa de vidro e metal cromado ofereça uma vaga de estagiário, para que você trabalhe durante alguns meses DE GRAÇA, assim ele poderá avaliar seu potêncial. Amigos, ninguém trabalha de graça hoje em dia, e se o faz, não valoriza seu esforço e seu trabalho.
Estudei muito e conheço muitos que estudaram como eu, e que hoje se encontram na mesma situação. Não queremos mudar de área e nao queremos deixar de atuar onde realmente gostamos. Mas acredito que o jovem brasileiro, formado e pronto para o mercado merece um pouco mais de respeito e atenção.
sexta-feira, junho 23, 2006
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