Mudar é preciso? É, preciso.

“... mas, Alice já estava tão acostumada a esperar coisas extraordinárias que lhe parecia bastante monótono e estúpido que a vida continuasse no ritmo normal.”
Alice no País das Maravilhas, Lewis Carrol.

O princípio é simples. Tem gente que nasce, cresce, procria, envelhece e morre do mesmo jeito. Não mudam uma vírgula. Não mudam o penteado, nem o perfume, muito menos o jeito de ver a vida.
Outras conseguem sair da linha às vezes e encaram novidades, uma ou outra aventura.
E existem as pessoas que, como eu, procuram reinventar-se e conhecer tudo que houver ao redor. Pessoas que mudam o corte de cabelo como quem troca de peruca, muda de humor de acordo com suas vontade, muda de gostos não por falta de personalidade, mas sim por coragem de assumirem que não são donas da verdade. Não somos instáveis e inseguros, somos curiosos.
Não consigo imaginar o mundo sem essas pessoas que tentam entender o outro lado, ainda que totalmente oposto ao si. Considero-me uma dessas pessoas, que não tem medo de mudar. E sei as conseqüências disso.
Amigos se revoltam com a sua mudança repentina, “como você agora gosta mais de bossa que de rave?”. Seus pais não se conformam com a sua inconstância. Os conhecidos nunca têm certeza se você é mesmo a pessoa que pensam.
Mas a verdade é que não faz diferença se hoje eu to preferindo maracujá e amanhã morango. Meus gostos não mudam a minha pessoa, apenas constroem quem eu sou no conjunto da obra.
Se hoje você me encontrar no samba e amanha souber que fui ao show de rock não pense que estou traindo o movimento. Aliás, que raio de movimento é este que só é se estiver parado? Não traímos o movimento, estamos nele.
Busco as novidades porque quero, mas não pense que deixei de me interessar por você, baby. O mundo muda constantemente, e o ser humano sofre por não conseguir assimilar essa mudança.
E na verdade, enquanto escrevo este texto, percebo que já nem me importo se as pessoas não querem seguir o fluxo e mudar de vez em vez. Gostaria apenas que me deixassem curtir minha vida-camaleão, sendo do meu jeito e de todos os jeitos ao mesmo tempo.
E você, se quiser, siga sua vida igualzinha o tempo todo. Afinal, estilo é de cada um.