terça-feira, abril 29, 2008

Pé na estrada

Juliana sempre foi uma menina bonita, simpática, falante. Crescemos juntas, ela sempre muito mais paquerada pelos meninos do que o resto da turma. Cresceu e virou um mulherão, descolada, cheia de amigos, por dentro dos melhores eventos. Mas escondia, desde sempre uma timidez e insegurança que davam o ritmo de sua vida.
Apaixonou-se inúmeras vezes, mas não era de declarar isso aos quatro ventos. No colégio, depois de um bom tempo vivendo uma paixão platônica, descobriu que era correspondida. Seu coração nunca esteve tão feliz. Mas dois meses após o início do romance tão esperado, ele avisou: ia embora para Londres, passar uns meses.
A Ju sofreu, ficou triste, soube desde o inicio que mesmo que ele retornasse no tempo pretendido, as coisas não seriam as mesmas. Como toda mulher forte e cheia de amigos, superou a história e tocou a vida.
Algum tempo depois apaixonou-se por um cara lindo do trabalho, que se mudou para a Espanha um mês depois que eles haviam começado a sair. Mais um pouco de lágrimas, e ela começou a achar que essas idas ao aeroporto não eram o que ela realmente queria.
Um dia, durante um casamento, reencontrou o irmão da noiva, que sempre foi perdidamente apaixonado por ela. O destino fez com que eles se encontrassem outras vezes, até que a soma do alcóol, da música e da vontade de estar com alguém, fez com que eles se beijassem. A soma resultou em uma química perfeita e eles começaram a viver algo parecido com um romance. Até que ele anunciasse sua viagem sem data determinada para a China, onde começaria um mochilão.
Após sair do aeroporto, a Ju prometeu a si mesma que não pisaria lá novamente por ninguém. Onde já se viu, todo homem que se aproximava dela acabava dentro de um avião.
Então, a Ju teve a melhor idéia de todas. Alguns meses depois, fomos todas pra Congonhas. Ela resolveu passar uns meses na Austrália e as amigas foram leva-la, com direito a despedidas mil e muitas lágrimas de saudade e felicidade. A Ju percebeu que a vida estava querendo lhe dizer uma coisa a muito tempo: que seu destino era mesmo botar o pé na estrada.

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