segunda-feira, março 23, 2009

Não muda

Tem coisa que simplesmente não muda.
Quando te vi pela primeira vez a gente era criança e ainda existia aquela inocência. Mas me lembro que gostei dos seus olhos meio tristes. E do jeito que você segurava o lápis.
O tempo passou, cada um foi pra um lado. Mas tem coisa que não muda.
Quando nos beijamos pela primeira vez, você falou que gostava do cheiro do meu cabelo. Nossa! Como éramos crianças. Parece que foi em outra vida. E eu gostava do jeito como você me abraçava.
Aí fomos viver as aventuras do mundo, cada um descobriu a sua arte. E tem coisa... hum... tem coisa que não muda.
Agora eu to aqui, sentada nesse lugar que cheira batata frita velha, tomando uma cerveja e ouvindo você. Ainda gosto dos seus olhos, mas agora eles me contam uma história muito mais intensa. Gosto muito das suas mãos, que agora seguram a guitarra. E gosto do jeito como você segura meu braço enquanto a gente conversa.
E então a gente para, fica em silêncio, os dois olhando pro nada. E eu só consigo pensar que tem coisa que nem o tempo muda.
Ainda bem.

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