quinta-feira, abril 30, 2009

Um dia desses, num quarto qualquer

Sentada na beirada da cama, num quarto de hotel barato, vestindo um conjunto preto sexy, coberto por um vestido curto que te incomoda, arremesso o celular pra longe e deixo você beijar meu pescoço. Amoleço. Não quero mais lutar contra essa vontade. Sinto seus dedos passeando pelo meu cabelo, suavemente, até sua mão fechar e puxar com um pouco de força, na nuca. Arrepio inteira e deixo você conduzir a dança. Hoje sou sua. Não importa que nosso futuro não exista, ou esse seu jeito meio galinha, contando mentiras como quem canta um sambinha. Hoje, você também é meu.
E assim, entregues, arrancamos nossas roupas quase que em um só movimento. Sinto sua pele quente encostar na minha e é tão confortável como vestir uma blusa num dia de inverno. Deixo você me aquecer de dentro pra fora.
A gente se beija furiosamente, como se soubéssemos que é melhor não deixar o carinho dominar. Mas a nossa violência é gostosa e aí só desejamos mais e mais e mais. E assim você entra para minha história, entra no meu corpo, na minha cabeça. Seguimos nossos instintos e nosso prazer é só o que importa. Você tem um cheiro amadeirado de um perfume qualquer que passou para a ocasião e eu acho graça. Sua meninice me encanta, mas eu vejo o homem que você virá a ser e ele é quem me excita. No rádio vagabundo, que combina com o quarto barato, toca um rock n’ roll qualquer que a gente nunca mais vai lembrar. Conversamos tão casualmente como se estivéssemos em uma mesa de café e é essa sua casualidade faz meu coração bater feliz. Nada aparentemente te afeta, nada deixa você sem chão nem faz você perder essa pose de badboy. Na minha fantasia você é assim. Fico me perguntando o que leva duas pessoas a se tratarem como animais com tanta capacidade para se amarem como humanos? Não tenho essa resposta. Seus olhos agitados, esverdeados, me dizem que também não sabem.
Seja como for, encaixo minha cabeça num espaço no seu peito, entre o ombro e o queixo, e me deixo abraçar como se até mesmo pudesse fazer diferença um dia. Não farei. Não iremos muito além disso. Mas você não tem nem idéia de como me fazem bem esses momentos de insanidade que dividimos. Respiro fundo, o cheiro barato do quarto misturado com seu perfume amadeirado. E sorrindo, relaxo no conforto desse abraço emprestado que gosto tanto.

Um comentário:

Anônimo disse...

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