Amor, paixão e paranóia

Começa sempre do mesmo jeito: você conhece alguém que chama a sua atenção, seja pela beleza, pela lábia, pela grana ou pelo conjunto. Daí vocês saem uma, duas, três vezes, a conversa é bacana, o beijo é bom e você descobre que o sexo é bem satisfatório. O cara se mostra interessado, mas tem aquele ritmo normal dos homens que não estão a fim de se envolver. Liga às vezes, mantém a presença, mas não leva a coisa muito a sério. Já você, ficou interessada e pensa em partir pra cima, fazer aquela marcação homem a homem e talvez, se tudo der certo, vencer a partida pelo cansaço.
Vejo essa história se repetir em diferentes grupos de mulheres, de todas as idades – eu mesma já usei essa estratégia. Mas acho que está na hora das mulheres pararem para uma análise fria e calculista da coisa. Até onde você gosta dessa pessoa e até onde tudo não passa de uma questão de ego/paranóia?
Coloque na balança, querida. Você acha mesmo que ele é o cara que merece acordar ao seu lado, entre lençóis macios e perfumados, pelo resto das suas manhãs? Essa pessoa é merecedora da sua dedicada companhia na alegria, na tristeza, nas viagens, nos dias de mau-humor, etc? Será ele o homem que te fará sorrir mesmo nos momentos mais difíceis. Ele tem capacidade de guardar sua cor favorita, como você toma o seu café, como é sua cara de “tô puta”, o jeito que você gosta de ser beijada, sua cidade preferida no mundo?
Se você respondeu sim para todas essas perguntas com muita, mas muita convicção, pode ser que valha a pena ir atrás dele. Mas se você parou pra pensar, disse não para alguma delas, ou tem certeza de que ele não consegue nem pedir um café sozinho, minha amiga, sai dessa. Você não está amando, tão pouco apaixonada. Só está com aquele orgulhozinho ferido, talvez somado a uma vontade de manter um sexo bom de vez em quando. Mas aí, você pode até agir como ele, mantendo presença, sem ser mala e deixando claras suas intenções.
A teoria é muito mais fácil que a prática. Mas os resultados são garantidos.