Passei por momentos de tortura nos últimos dias. Muita dor, muito sofrimento. Voltei para casa muito machucada.
Qualquer mulher que precisou andar uma distância razoável de salto alto em São Paulo sabe do que estou falando.
É simplesmente impossível andar em uma cidade onde as calçadas parecem pistas de corrida offroad. Como eu não tenho carro, tenho que encarar a aventura com a coragem que me resta.
Já sabendo da dificuldade que é, comprei um sapato com um salto minúsculo, cerca de 2 centímetros no máximo. Pronto, estou salva agora, certo? Errado.
Os sapatos produzidos em grande escala, não tem o acabamento que deveria. Resultado: bolhas terríveis nos calcanhares, no meio dos pés e em dois dedos.
No dia seguinte enchi os pés de band-aids e esparadrapos e coloquei um sapato bem baixo, que eu tenho a tempos e nunca me machucou. À noite, a caminho do ponto de ônibus ele estourou inteiro, fiquei praticamente sem sola. Tive que remenda-lo como uma fita adesiva pra conseguir chegar em casa. O sapato foi para o lixo e meus pés pra um banho de relaxamento.
Terceiro dia de trabalho na empresa nova, resolvo colocar uma bota. Sem salto. Sem borda. Sem costura. Não teria como me machucar. Mas machucou, arrancou a casquinha do outro machucado. E ainda pisei em um coco enorme voltando pra casa.
Revolta, mau-humor, bolhas, CANSEI! É uma tortura ser uma mulher de salto e sem carro em Sampa.
Desisti dos saltos. Agora só coloco um no pé sob duas condições: ou eu compro um carro ou vou andar com uma Havaianas na bolsa.
Hoje, apesar do tempo instável, saí de sandália rasteira. Livre, feliz e sem dor no pé. Que me perdoem todas as minhas amigas (e mãe) que me falam pra usar sapatos mais finos. Quando se trata de dor no pé, eu não penso duas vezes pra descer do salto.
quarta-feira, outubro 17, 2007
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